SEJA BEM-VINDO!!!
A área da Matemática sempre foi considerada, para muitos, uma vilã que para ter seus conteúdos aprendidos era necessário uma grande habilidade ou inteligência. E não somente alunos sofriam com a matéria mas também professores que , sem saber como ensinar ou que metodologia seria mais adequada, repetiam o mesmo ensino pelo qual passaram: fragmentado, descontextualizado e com o treino como principal atividade.
Hoje sabemos, através de estudos , principalmente a Didática da Matemática baseada nos pressupostos piagetianos, que o aprendizado de conceitos matemáticos está ligado a "como" esses conceitos são apresentados ao estudante: sem ou com significado.
Contextualizar o problema, apresentar o desafio e validar as aprendizagens leva a criançada a construir com autonomia aqueles conceitos que , durante anos, foram apenas transmitidos e treinados nas escolas.
Neste blog, apresentamos artigos, experiências e propostas de atividades que, esperamos, proporcionem a reflexão sobre o ensino de Matemática.
Aproveitem!!!
sábado, 20 de abril de 2013
MATEMÁTICA SEM FRONTEIRAS!!!: A aprendizagem e a percepção
MATEMÁTICA SEM FRONTEIRAS!!!: A aprendizagem e a percepção: O modo como nos relacionamos com o mundo a nossa volta está intrinsecamente ligado à forma como o percebemos, pois a percepção se dá atr...
A aprendizagem e a percepção
O
modo como nos relacionamos com o mundo a nossa volta está intrinsecamente
ligado à forma como o percebemos, pois a percepção se dá através da memória, da
relação que estabelecemos com aquilo que experimentamos e conhecemos. Quanto
mais rica for a experiência de uma criança em relação a leitura, por exemplo,
maiores serão suas habilidades de manusear os portadores textuais; de
antecipar, de inferir, de verificar o que está escrito; de selecionar
determinada leitura por um objetivo pessoal, enfim, de utilizar as estratégias
e competências de um leitor proficiente mesmo que ainda não o seja.
Diferentemente daquela criança que pouco estímulo recebe na família e
certamente terá menores habilidades para perceber o mundo da leitura. Neste
caso, cabe à escola proporcionar o contato com livros de qualidade, com
diversos portadores textuais (jornais, revistas, gibis, entre outros) para que
esse sujeito aprendente possa relacionar-se com o conhecimento de forma
concreta e com cada vez mais autonomia. São as práticas de leitura, ou seja ,
será necessário ao professor planejar atividades em que a criança seja levada a
ler mesmo que ainda não o faça fluentemente, a desenvolver sua fluência e
compreensão leitora, como por exemplo: leitura pelo professor, leitura pelo
aluno, leitura colaborativa, leitura programada, entre outras. A leitura está
intimamente ligada às demais áreas do conhecimento. Em matemática o aluno
torna-se autônomo à medida que consegue ler por si determinada situação
problema, compreendê-la e elabora estratégias para resolve-la, ou mesmo em
conjunto com colegas consegue ler e expor sua opinião sobre a resolução daquele
problema. Em Ciências, a leitura se faz necessária, por exemplo, em uma
pesquisa: ao selecionar textos ou
livros, ler, grifar, selecionar informações; ao realizar uma experiência,
torna-se necessária a leitura das etapas ou ainda a leitura para revisão de
suas hipóteses e verificação após os resultados experimentais. A leitura abre
portas para o mundo, sem ela, mesmo que o sujeito seja “letrado”, ou melhor,
tenha conhecimento de mundo, de vivencia, ainda assim encontrará enormes
dificuldades se não tiver adquirido as competências leitoras fundamentais.
Até
mesmo para aprender a aprender, o que para nós educadores é uma competência
fundamental pois vivenciamos grandes mudanças de paradigmas, teorias e
conceitos a todo instante e se não estamos preparados para ler, analisar e
refletir sobre essas transformações, e isso só se consegue com embasamento
teórico e experimentação, seremos “engolidos” por qualquer modismo que surgir.
Por isso a necessidade de o professor ser um pesquisador, dentro de suas
práticas, e um estudioso de como o ser humano aprende e de como podemos
proporcionar que ele aprenda de forma significativa, ampliando seus conhecimentos
e em consequência, seu campo de percepções acerca do mundo que o rodeia.
Segundo a Psicologia,
Neurociências e Ciências Cognitivas, percepção é a função cerebral que atribui
significado a estímulos sensoriais, a partir de histórico de vivências. Através
da percepção o sujeito organiza e interpreta as suas impressões sensoriais para
atribuir significado ao seu meio. Consiste na aquisição, interpretação, seleção
e organização das informações obtidas pelos sentidos, envolvendo processos
mentais, memória e outros aspectos que podem influenciar na interpretação dos
dados percebidos. Desse modo, trabalhar a percepção seria o caminho
mais adequado, do que aplicação dos métodos formais, já que se produz maior
riqueza, variedades e disponibilidade de dados e soluções quando a percepção se
faz mais clara e abundante na diferenciação.
Ainda dentro dos pressupostos das neurociências, as dificuldades
na aprendizagem dos indivíduos devem-se aos seguintes apontamentos:
- Sua percepção está alterada por atitudes
cognitivas reativas e defensivas, tais como: a impulsividade; a
dependência dos estímulos; o medo; a passividade ante a exploração; a
inibição, cujo efeito é reduzir de modo exagerado o tempo eficaz da busca
da informação.
- Oferecem resistência a levar em
consideração seus erros, ou tendem a desconsiderar tudo sem analisar a
fonte do erro. Esta atitude agressiva se observa em muitas pessoas com
consequente repercussão sobre seu desenvolvimento cognitivo, sobretudo estende-se
aos seus comportamentos de modo generalizado.
- O sistema de motivação desses sujeitos
dirige sua atenção aos atributos exteriores sem ter em conta os estímulos
internos, fundamentalmente do campo perceptual, na resolução dos
problemas. É fácil perceber nessa pessoa o estado de dependência no
mediador e dos companheiros, principalmente quando tem que realizar
tarefas de forma individual.
- O modo de funcionamento cognitivo da
pessoa, puramente repetitivos, bloqueia a busca de estratégias: descrever,
comparar, relacionar e representar o problema. Sendo esse um dos
motivos da dificuldade em seu desenvolvimento cognitivo.
Partindo desses apontamentos
sobre os indivíduos com dificuldades na aprendizagem, uma aula repetitiva, em
que as informações são puramente depositadas, pretendendo-se que os alunos
acrescentem informação sobre informação como uma parede de tijolos (em que os
tijolos não se comunicam pois há um abarreira de cimento entre eles) não
ajudaria a criar um ambiente favorável á aprendizagem daqueles acima citados. Todas
as pessoas com o cognitivo preservado,ou seja, que não apresentam uma deficiência
cerebral seria que compromete a aquisição de conhecimentos, são capazes de
perceber os objetos que estão ao seu redor e seus atributos (lisos,
opacos, grandes, de cor, rígidos, móveis). Porém exige uma mediação que amplie
a diferenciação para encontrar a informação específica, organizar esquemas e
propriedades. A percepção mediada
orienta e permite enriquecer seus esquemas perceptuais com mais rapidez e
precisão. Não é a idade, nem a capacidade, que marca as diferenças individuais
nas formas de perceber e organizar o contexto. Afirmamos que é a presença ou
ausência de aprendizagem mediada o
que constitui o desenvolvimento da estrutura cognitiva, que amplia e
potencializa a percepção dos sujeitos. Portanto, todo ensinante, ou seja aquele que se propõe a ensinar algo a outra
pessoa, pode encontrar no tema
da percepção um
magnífico campo de mediação, desde
que proporcione condições favoráveis para que o aprendente amplie sua
capacidade de perceber, interagindo com os objetos, com as situações, com o
mundo.
Profª. Deborah Arantes
domingo, 14 de abril de 2013
JOGOS MATEMÁTICOS
Os
jogos matemáticos na sala de aula
Segundo o historiador holandês Johan Huizinga, o
jogo pode ser considerado um fenômeno cultural na medida em que, mesmo depois
de ter chegado ao fim, permanece, segundo o historiador, como nova criação do
espírito, um tesouro a ser conservado pela memória e, ao ser transmitido,
torna-se tradição. Essas reflexões contradizem a visão de alguns pais e
professores, que argumentam que crianças e adolescentes estão apenas se
divertindo quando jogam. Para muitos, há ali apenas lazer, o que muitas vezes é
visto como perda de tempo. Esquecem-se de que brincar preenche as necessidades
das crianças. Para teóricos e especialistas, entretanto, existe uma unanimidade
em torno das contribuições cognitivas e sociais, afetivas e culturais
potencializadas pelos diferentes jogos.
Brincar é uma atividade que deve ser incentivada
e encarada com seriedade pelos adultos, respeitando-se os momentos em que
crianças e adolescentes desejam brincar, jogar, construir algo novo, valendo-se
da elaboração dos conhecimentos existentes.
Os jogos são tecnologias intelectuais,
compreendidas, segundo o filósofo Pierre Levy, como elementos que promovem a
construção ou a reorganização de funções cognitivas como a memória, a atenção,
a criatividade e a imaginação e contribuem para determinar o modo de percepção
e intelecção pelo qual o sujeito conhece o objeto. As atividades lúdicas são
inerentes ao ser humano, independentemente do momento histórico em que estamos
vivendo. O que muda são os artefatos, as tecnologias utilizadas, mas o prazer
de brincar é estruturador para o homem. Os jogos contribuem eficazmente para a
construção de relações e o desenvolvimento de atitudes, valores e competências.
No entanto, mesmo reconhecendo a importância do
jogo como ferramenta de aprendizagem, eles ainda não foram implantados nas
salas de aula de forma ampla e objetiva.
Em uma experiência no ano anterior, 2012, em
salas de aula de 1º ao 5º ano, foi possível comprovar a eficácia dessa
ferramenta. Juntamente com os professores planejamos e coordenamos as atividades
com jogos que visavam especificamente o trabalho com cálculo mental e
elaboração de estratégias.
Observando o desempenho dos alunos e a
participação dos professores, foi possível elencar positivamente:
· - As crianças aprendem
a trabalhar em grupo, desenvolvendo atitudes de cooperação e respeito com o
colega;
· - Os grupos
formados de acordo com a ZDP (Zona de Desenvolvimento Proximal) tiveram um
grande avanço em sua aprendizagem, mas sobretudo, com relação a autoconfiança
desfazendo o sentimento de fracasso, pois conseguiam jogar, participar e vencer
no jogo e nos desafios propostos;
· - Os alunos mais
avançados desenvolveram autonomia, pois assim que percebiam que já estavam
dominando as regras, eles próprios criavam outras aumentando o desafio;
· - Nas
socializações, após as jogadas, cada aluno pode contar para a turma o que encontrou de facilidade ou dificuldade e o que poderá fazer na próxima vez. Além disso, falam sobre as questões de grupo como: honestidade ou trapaça, aceitação, cooperação.
Alguns jogos encontram-se na apostila: JOGOS PARA DESENVOLVER CÁLCULO MENTAL, disponível para enviar por Sedex, a partir de R$20,00. Maiores informações, entre em contato pelo email profdeborah2011@gmail.com
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