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A área da Matemática sempre foi considerada, para muitos, uma vilã que para ter seus conteúdos aprendidos era necessário uma grande habilidade ou inteligência. E não somente alunos sofriam com a matéria mas também professores que , sem saber como ensinar ou que metodologia seria mais adequada, repetiam o mesmo ensino pelo qual passaram: fragmentado, descontextualizado e com o treino como principal atividade.
Hoje sabemos, através de estudos , principalmente a Didática da Matemática baseada nos pressupostos piagetianos, que o aprendizado de conceitos matemáticos está ligado a "como" esses conceitos são apresentados ao estudante: sem ou com significado.
Contextualizar o problema, apresentar o desafio e validar as aprendizagens leva a criançada a construir com autonomia aqueles conceitos que , durante anos, foram apenas transmitidos e treinados nas escolas.
Neste blog, apresentamos artigos, experiências e propostas de atividades que, esperamos, proporcionem a reflexão sobre o ensino de Matemática.
Aproveitem!!!

segunda-feira, 30 de abril de 2012

UMA AULA DE MATEMÁTICA NOTA 10!

Como planejar uma aula de matemática que proporcione ao aluno construir o conhecimento de forma autônoma, gerando uma aprendizagem real?


Muitas vezes nos preocupamos em transformar nossas aulas, sejam de matemática ou qualquer outra área, em um grande show de talentos e variedades: usamos pinturas, teatros, músicas, massinha de modelar, fantasias, enfim, só não usamos fogos de artifício por que pode ser considerada uma arma dentro da escola. Tudo isso é realmente necessário? Até que ponto precisamos inovar tanto nossas aulas? Qual o significado de tudo isso?
Considerando que cada um aprende do "seu jeito", claro que a primeira ideia que nos vem á mente é que devemos encher nossas aulas com todo tipo de material para que cada aluno possa ser atendido. Errado ou certo? 
Pensar que cada um aprende de um jeito nos leva à  Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985), que nos mostra uma alternativa para o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de atuação.Gardner identificou as inteligências linguística, lógico-matemática, espacial, musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Assim, todos nós temos habilidades maiores ou menores em determinada "inteligência", o que também estaria relacionado à forma como aprendemos. 
Contudo planejar uma aula levando em conta como cada  aluno aprende é bem mais do que fazer da aula um espetáculo. Requer, antes de mais nada, conhecer o aluno e isso não acontece sobrecarregando a sala de aula. Ao contrário. Conhecer o aluno pressupõe observá-lo em diferentes situações de agrupamento (individuais, em duplas, em grupos), situações de ação (aulas expositivas, debates, seminários, rodas de conversas, leituras colaborativas, etc) e situações de validação (oralidade, registros - textos, desenhos, gráficos), descobrindo como ele se expressa, o que ele já sabe e o que ainda precisa aprender. Tudo isso leva tempo, mas ajuda a conhecer o aluno em várias dimensões. 
A partir desse levantamento, torna-se possível planejar atividades objetivas, pensar nos agrupamentos produtivos, focando as necessidades dos educandos. Não vejo aqui, necessidade de um circo pedagógico, mas sim, atividades significativas, com objetivos claros e encaminhamento organizado visando propor momentos para que ocorra a aprendizagem. Essa reflexão estende-se também ao campo das atividades matemáticas. 
Por anos me angustiava a ideia de não dar sentido ao ensino dos conteúdos matemáticos. Eram inúmeras tentativas: gincanas, competições, desenhos, enfim, uma "miscelânea" de tudo que dispunha para tentar ressignificar o ensino para que a aprendizagem fosse significativa. Muito disso tudo era em vão, eu sabia. No fundo, após todas essas manobras o que predominava era a transmissão de conceitos e o treino. Algumas vezes , até conseguia fazer com que os alunos descobrissem os conceitos, mas não sabia o que fazer em seguida, o que me levava de volta ao tradicional. E ao sentimento de impotência.
Após estudar a didática da Matemática e aplicar as atividades junto aos alunos, inclusive alguns com deficiência intelectual, senti como se tivesse descoberto um grande tesouro. Estava o tempo todo diante dos meus olhos: os problemas.
Defendo os problemas como essência da atividade matemática. A partir deles é possível propiciar ao aluno desafios para que, resolvendo com os saberes que possui, construir os conceitos neles implícitos.

Passos para uma boa aula de matemática:
Contextualizar o problema
Trazer a situação-problema para a vivência do aluno: levantar conhecimentos prévios. Qual é o enunciado? Quais as informações?
Lançar o desafio
Como podemos resolver? O que você já sabe que poderá ajudá-lo a resolver esse problema? Que estratégia poderá utilizar? 
Acompanhar o aluno 
Qual é a pergunta? O que seu colega pensa sobre isso? Que outra maneira você pode usar? Como você pode conferir?
Validar as aprendizagens
O que você aprendeu? Isso se aplica sempre a situações semelhantes? E se em vez de tal nº fosse tal nº, como você faria? O que podemos dizer que foi aprendido?

Veja no link abaixo uma proposta de atividade desenvolvida por Patrícia Monteiro, formadora do programa Matemática é D+, da Fundação Victor Civita:



Passando por esses caminhos, com certeza o professor estará muito próximo do sucesso em suas aulas do que do fracasso, com relação à aprendizagem dos alunos.
O aluno, diante de uma situação em que poderá retomar o que já sabe, utilizar procedimentos próprios para resolver e expor o que fez oralmente ou por escrito, certamente estará em posição autônoma de construir seu conhecimento, podendo reutilizá-lo em atividades posteriores a fim de sistematizar o que aprendeu. E se aprendeu, então é real!
Não é necessário que o professor traga para sala de aula várias caixas de ovos, monte uma granja, para dar significado ao problema. 
Dar significado é contextualizar o problema para o aluno, explorando o enunciado, acionando aprendizagens anteriores guardadas na memória, preparando o terreno para que a criança possa , da melhor forma, trilhar esse caminho para chegar ao resultado, respeitando o seu ritmo de aprendizagem e como ele aprende. As aulas devem ser bem planejadas, levando em conta os saberes que cada grupo de alunos apresenta, para que os problemas possam ser desafios possíveis de serem realizados a fim de não causar frustração ou, nem tão fáceis que possam causar desinteresse. 
O professor que se dispuser a trabalhar dessa forma não encontrará menos trabalho pelo caminho, ao contrário, pois essa metodologia implica conhecer cada aluno, pensar sobre os agrupamentos que possam ser produtivos e planejar como serão as aulas atendendo a cada um em suas necessidades e peculiariedades. Isso requer disponibilidade e disposição para estudar e refletir sobre sua prática constantemente.
 http://youtu.be/gp3CysKOg5s


Profª.    Pós - graduada em Gestão do Trabalho pedagógico Deborah Arantes

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